Resenha Crítica
A aula em sua complexidade
Nagore S. PRABHU, em seu texto A dinâmica da aula de língua relata que
o desenvolvimento de uma unidade da sequência curricular planejada é chamada de
aula, conta com a presença de professor e, no caso da aula de língua, tem como
principal objetivo promover o desenvolvimento mental ampliando as habilidades
cognitivas dos alunos ou formando novas habilidades. Para o autor, aula vai
além de um evento pedagógico, sendo também uma atividade social padronizada e
um encontro de personalidades humanas.
O
professor, personagem principal da aula, que norteia os conhecimentos dos
alunos, é responsável pela organização e planejamento das aulas. Além de
planejar as aulas de acordo com o
currículo, deve ser especialista de si mesmo e seu prórpio guia teórico,
criando ou adaptando técnicas de acordo com a realidade e rotina estabelecida,
bem como resolver os conflitos gerados durante a aula.
Prahbu
ressalta que o currículo é organizado como uma sequência acumuladora de
unidades com objetivos a serem alcançados, durante o seu planejamento
presupõe-se a progressão curricular do aluno gerando assim a sequência de
conteúdos.Enquanto o planejador de currículos premedita o processo de
desenvolvimento do aluno, o professor vivencia e detecta as dificuldades ao
longo das aulas.
Ao
tratar-se do método de ensino, o autor aponta para dois aspectos a serem
observados:
·
O aspecto conceitual, que trata da teoria de como pode ocorrer a
aprendizagem;
·
o aspecto operacional, que diz
respeito a o que deve ser feito dentro de cada unidade de ensino.
Por a aula ser um evento social e ter papéis conferidos
pelo costume a professores e aprendizes, tem suas regras, deveres e obrigações
que devem ser excutadas por ambas as partes e pela comunidade escolar em geral,
sendo o mesmo que um código de ética, que delega autoridade aos professores e
administradores educacionais, deveres e direitos à comunidade escolar, que
abrange professores, alunos, pais, administradores educacionais e todos que
fazem parte da instiuição em por fim as regras de comportamento, na qual pode
perceber-se que tanto as regras de comportamento social quanto os deveres e
obrigações tem sido um pouco esquecidos nos últimos tempos, assim como a
interação entre a comunidade escolar em geral que é relativamente deficiente,
não vejo um motivo claro para tais acontecimentos e sim muitos motivos, gerados
por atitudes de todas as partes envolvidas; Alguns pais acreditam que os
professores são pagos para educar e tem o dever de ensinar as boas maneiras, os
valores e, sabendo-se que as crianças repetem as atitudes que fazem parte do
seu cotidiano, se apenas falar como se deve proceder e não provar com as
atitudes, não valerá de nada; Certos professores em resposta aos baixos
salários, desleixam e preocupam-se com o vencimento dos conteúdos, com os prazos
e com uma série de deveres, deixando de lado os pormenores das relações
sociais; Concluindo o parágrafo, nota-se que é como um jogo de quebra-cabeças,
se faltar uma peça de encaixe o jogo fica incompleto, é necessário que todos, a
comunidade escolar em geral, trabalhem em prol do mesmo ideal.
Prahbu é realista no que diz respeito às suas
percepções acerca das salas de aula e seus aspectos mas, talvez seja utópico
acreditar que professores de línguas conteriam as forças da rotinização porque
tudo que os professores procuram é segurança e equilíbrio, e a quebra da rotina
traria instabilidade.
Ele destaca também a importância de o professor uilizar
suas crenças , talvez intuições para teorizar e aplicar as próprias teorias de
acordo com a realidade e necessidade de seus alunos, pede atenção, reflexão e
compreensão dos professores no que diz respeito às características dos alunos,
pois conhecer o público que tratamos é fundamental, e isso implica numa atitude
permanente de aprender a cada aula, trazendo a otimização do trabalho e
aprfeiçoamento das teorias.
É viável a ideia de os professores tornarem-se teóricos
e serem reconhecidos como tal, já que tem a experiência naquilo que os especialistas
usam a intuição, que é a vivência de sala de aula, o encontro com as diferentes
personalidades, a resolução de conflitos e a detecção dos mais distintos
problemas.
Acredito que a busca por melhorias e a luta por
mudanças na rotina deve partir daqueles que se sentem mais lesados, os
professores , a partir do momento que a classe dos professores se une para
modificar o meio e enfrenta, com firmeza e persistência, a resistência às
mudanças por parte da comunidade escolar, prova os benefícios que pode trazer
com as inovações, com certeza a comunidade escolar apoiará,infelizmente uma minoria realiza essa procura. Como se
refere Prahbu em seu texto “A Dinâmica da aula de língua”:
“Talvez a
preocupação em vencer o programa seja suficientemente dominante a ponto de
absorver ou suspender outras preocupações em alguns sistemas escolares;[...]”
Os professores dão prioridade àquilo que lhes preocupa mais ou não.
Em relação a questão social da salas de aula, os papéis
já comentados anteriormente, parecem estar se invertendo ao longo dos anos, e a
voz que ecoa hoje é a dos alunos, que com o ECA ganharam força no que diz
respeito aos direitos, porém, não estabelece nenhum dever formalmente;
Respeito se conquista com atitudes, porém a classe
discente tem demonstrado indiferença ao significado de tal palavra, enquanto
não houver uma mudança nas leis, responsabilizando os alunos por seus atos,
assim como professores são responsabilizados por seus erros, a eduação andará
de mãos dadas com os especialistas, teóricos, professores e com demais
autoridades educacionais, mas de olhos voltados para o chão.
Os professores além de capacitação para criar suas
próprias teorias, necessitam de suporte, acompanhamento e orientação para lidar
com os diferentes conflitos que surgem no decorrer do ano letivo.
Referências
bibliográficas: Nagore S. PRABHU, A DINÂMICA DA AULA DE LÍNGUA
Ser educador
Segundo
José Manoel Moran (2007), no texto A
aprendizagem de ser educador, educador nada mais é do que um especialista
em conhecimentos, em aprendizagem, sendo assim é esperado que evolua e melhore
a cada aula, já que vai adquirindo experiência e lida com destreza com as
várias situações.
A começar pelo
profissional recém-formado, que tenta de várias maneiras se encaixar no mercado
de trabalho, mostra-se interessado em mudar o patamar em que a educação se
encontra, diante de uma oportunidade busca mostrar o seu melhor para não
perdê-la.
Com o decorrer do tempo
esse profissional vai se acomodando, começa a reduzir o tempo que gasta
planejando, reduz também o tempo da aula, matando os últimos dez ou quinze
minutos.
Em um dado momento, o
professor tem uma crise de identidade, sentindo-se cansado de trabalhar,
receber baixos salários e não perceber retorno ou satisfação na profissão. Alguns
saem-se bem dessa fase, optam por outra profissão que os faça sentirem-se úteis
e satisfeitos, ou optam por uma reciclagem, retomando a esperança de mudar,
tendo novas perspectivas que o deixam mais atencioso, compreensivo e empático,
tornando as aulas mais prazerosas e produtivas, e outros tornam-se medíocres,
trabalham pelo mísero salário, tornando-se repetitivo e rotinizador.
Moran relata que para
ser um bom educador, deve-se ser original, sem máscaras, deve estar atento a
evoluir, a aprender e a ensinar, e ter entre suas qualidades a afeição,
competência, compreensão e ser humano, sabendo surpreender os alunos trazendo
novidades, técnicas e métodos de organizar o processo de ensino-aprendizagem,
atraindo-os para o despertar, sempre estimulando-os e exaltando as melhores
qualidades de cada um, pode-se considerar que desta forma é possível promover
uma boa educação e ter os alunos como aliados no processo de
ensino-aprendizagem, lembrando sempre que uma boa educação não depende apenas
do professor e sim, da comunidade escolar, na qual quem os compõe são os
funcionários da escola( administradores escolares, professores, merendeiras,
faxineiras, etc.), os pais ou responsáveis e os alunos.
É possível perceber
tanto as qualidades quanto a insatisfação dos professores relatadas por Moran,
é correto seu parecer acerca dos educadores, porém considero a importância de o
professor ser também estimulado e/ou incentivado pelos seus superiores, a
negligência no que diz respeito à orientação dentro da escola, gera no
professor um quadro de insatisfação e desmotivação fazendo com que torne-se
indiferente às situações, prevalecendo o sentimento de desprezo pela profissão,
assim rotiniza, desleixa e não importa-se com o seu próprio saber nem com o dos
alunos.
Na realidade a situação
que vemos hoje é a de descaso com
aqueles que formam todos os dias médicos, doutores, enfermeiros,
administradores e tantos outros profissionais.
É sonhando com o reconhecimento que muitos
ainda lutam, pois, sem ser ingênuo, sabe-se que ser professor não é nada fácil
e ser um bom professor é mais difícil ainda.
Todos os anos inicia-se uma batalha de entrar
na sala de aula e ser aceito pelos alunos, ter o máximo de aprovação com suas
técnicas e metodologias e ganhar a confiança da maioria, muitas vezes o
professor tenta impressionar tanto que acaba perdendo a identidade e dando
chances aos alunos para fazerem gato e sapato.
É confuso entender que ser um bom professor não
é dar nota quando o aluno precisa de um décimo para aprovar, não é deixar o
aluno fazer algo errado só por um dia porque está de aniversário, permitir que
o aluno entregue um trabalho atrasado porque deu uma desculpa esfarrapada que
pegou bem, e sim saber a hora certa de dizer não, ensinar os valores
responsabilidade, humildade e compromisso, mostrar os dois lados da atitude: a
ação e a consequência, muitas vezes os alunos adoram seu professor e não o
separam da disciplina, julgam, falam mal e o que os incomoda é a disciplina e
não professor.
Ser professor é ser artista, é ser teórico, é
ser psicólogo, é ser um pouco de tudo, é amar o que faz e fazê-lo com amor, é
ser complexo na simplicidade e preocupar-se com as diferentes situações, é
querer resolvê-las da melhor forma, é ser infeliz na felicidade ou feliz na
infelicidade.
Referências Bibliográficas: MORAN, José Manoel,
A educação que desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Papirus,2007, p.
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