quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Vivências de linguagem.

     Quando iniciei a trabalhar com assentados, primeiramente no assentamento do Basílio, no município de Herval-RS, em 1998 e depois em 2006, no município de Pedras Altas-RS, minha maior dificuldade era na comunicação, pois a maneira de falar e como se referiam algumas palavras é completamente diferente da nossa região Sul = fronteira com o Uruguai.
      Minha irmã caçula, também professora, fez um dicionário ilustrado para que pudessemos ter referência das coisas.
       Exemplos:
       - rastilho =  ancinho
       - avio     =   isqueiro
       - foscri   =   fósforo
       - aboti    =  eu coloque, botei
       - tombi noca = combi nossa
       O último exemplo é de uma menina com problemas gravíssimos de dicção, onde todos na família falam dessa maneira, inclusive consultava fonoaudiólogos mensalmente.
        Este ano, na escola em que eu trabalho me deparei com dois alunos que estão na 5ª série, os quais falam com a língua presa e escrevem do mesmo modo, os mesmos têm um grau de parentesco, são primos.
        Esta experiência foi vivênciada por mim Claúdia Pereira.